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THE CATEGORY IS... | DECEPÇÕES DE 2020!

Por Bárbara Sobral •
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

 



É aquele ditado: expectativa x realidade, a gente vai acabar decepcionando com alguma coisa, que a gente estava esperando muito ou que não deu nada e saiu sem nada mesmo. Aqui jás as minhas decepções de 2020.

IMPORTANTE: 
Diferente dos últimos anos, eu não vou classificar nenhuma produção como péssima/ruim. Acho que é tudo uma questão de perspectiva e momento. Quando tive contato com as produções abaixo eu estava em um momento com um nível de conhecimento x, amadurecimento y sobre um assunto e um estado de espírito w. Isso influência na nossa expectativa. Algo que você viu hoje te afetará de outra forma em dois anos.

FILMES

  


    Três filmes se destacaram nas minhas decepções de 2020. Eles são You should have left (2020), Divino Amor (2019) e O Homem Invisível (2020) (da esquerda para direita, na foto). 

    You should have left conta a história de um homem se enfiando em uma casa estranha para conseguir escrever, leva a esposa jovem e a filha. A premissa é costumeira no universo dos filmes de terror, mas é o suspense que o sustenta. Aqui, o primeiro ato é bem construído e prende a atenção do público, mas o segundo ato se perde tentando nos explicar e convencer do que está rolando, para no terceiro ato descontruir tudo isso e atirar na nossa cara algo sem pé nem cabeça. 

    Divino Amor é uma produção nacional com uma premissa distopica. Estamos em um Brasil onde a religião está no topo da pirâmide e todas as decisões são tomadas de acordo com os preceitos religiosos desde seu parceiro, até seus filhos profissão e divórcio. A protagonista interpretada pela Dira Paes quer ter um filho, mas está tendo dificuldades por conta da infertilidade do seu marido. Com isso eles frequentam uma espécie de casa de swing para tentar engravidar. A premissa é interessante para burro e boa parte do primeiro ato é muito interessante, mas quando a história fora na protagonista e nos seus conflitos a história vai perdendo o pique, se tornando desinteressante e deixando de ser uma distopia para se tornar um drama sem graça. O final não me empolgou, mesmo com uma mensagem que casa com a premissa inicial.

    Por fim O Homem Invisível é um bom filme, que conta a história de Cecília que foge das garras do marido abusivo e se esconde na casa de um amigo e sua filha. Vivendo com medo sua vida vira do avesso quando ela descobre que ele morreu e ela herdou tudo dele. Até aí parece um final justo para um bandido, mas Cecília começa a se sentir perseguida pela presença e coisas estranhas começam a acontecer com ela e as pessoas que amam. O primeiro ato do filme é maravilhoso, mas o segundo e boa parte do terceiro ato desandam terrivelmente, principalmente quando o roteiro se aproveita de situações e exagera por conveniência (ex. SPOILER: a cena da faca da irmã e o soco na garota). Quando a gente ignora esses exageros, o filme é divertido e interessante, o final então é um 10/10 - só reclamo que acho que o ex-marido dela deveria ter tido a voz dele mais aproveitada no filme, pois o ator tem uma voz belíssima. Teria crescido o nível de terror no público. 

SÉRIES




    Esse ano ousei em rever séries antigas, assistir séries com certo tempo na televisão e investi bem pouco em séries novas. Por um lado foi legal dar uma chance a obras antigas, por outro sinto que deveria ter dado mais chances a coisas novas para sair da minha zona de conforto. 

    Não vou dizer que me decepcionei com One Tree Hill. Ela é a minha série favorita e continuará até meu último suspiro, mas é inegável que a produção falhou muito ao longo das suas nove temporadas ao não explorar personagens negros, minorias e LGBTQI+. Sim, a série tem um o Skill, um personagem negro e teve a Anna, uma novata em Tree Hill, que mais tarde se abre como bissexual. Infelizmente, eles são personagens absurdamente mal aproveitados. Skill é usado em momentos cômicos ou pegador de mulheres mais velhas e Anna é descartada na primeira oportunidade, por ter sido uma personagem bem pouco querida pelo público na pior temporada da série (a segunda.). Além disso, tem alguns enredos na série que exageram no drama e até nos leva a questionar se é para levar aquilo a sério. Os adolescentes não tem pais cuidando deles, só o Lucas. O perseguidor da Peyton. As mães da Peyton. A fita da traição de Nathan. Isso é só alguns dos enredos que exageraram tanto por mais de um episódio, que poderia ter sido evitado se um amigo chegasse e falasse: amigo, tá bem ruim isso, não tem como te defender. 

    As aventuras da nova Christine também foi uma maratona das antigas que fiz e me diverti no inicio. Quando cheguei na terceira temporada me lembrei porque não gosto de séries de comédia. Os personagens não evoluem, continuam errando só para criar as situações mais insanas para criar risadas do público - o que também se perde muito ao longo da temporada. Christine é hipócrita, por muitos momentos machista, homofobica e racista - ela é chamada atenção por isso, mas ela não muda e isso é mostrado com humor, o que é desrespeitoso para caramba. A série tinha um humor divertido, impróprio por vezes, mas acaba se tornando repetitivo e até previsível. A última temporada é péssima e para piorar termina com um cliffhanger que tinha potencial de dar um UP na série, mas nunca saberíamos se isso rolaria, pois ela foi cancelada. 

    9-1-1 é um caso interessante de uma série que começou mal e ficou muito boa. Minha história com a série começou despretensiosamente assistindo episódios soltos de madrugada. Peguei simpatia pelos personagens, as histórias e o modelo da série e resolvi assistir a primeira temporada. Não terminei até agora por tão estranha que a série era. Para começar a protagonista, Abby uma mulher de 40 e tantos anos, que age como se tivesse 12 anos. Além de seu comportamento infantil, ela também tem uma postura sexista com um dos personagens masculinos da série, o Buck. Se ele tivesse feito essa ação, pessoal teria caído em cima dele, o chamando de machista, colocar ela fazendo isso não diminuí a ação. Já que falei do Buck vamos falar do alivio cômico da série que também tem ares de protagonista. Nas temporadas atuais ele cresceu muito como pessoa, mas inicialmente ele era mimado, teimoso, se achava e se "auto declamava" com vicio em sexo. Outro elemento que desapareceu das temporadas atuais, as cenas de sexo totalmente sem necessidade, uma delas inclusive envolve um paciente transando com a terapeuta no consultório. É imoral e nem é desenvolvido na série. Por fim, destaco o problema de ter muitos personagens na trama e pouco desenvolvimento para a maioria. Tirando os mencionados, só a Athena e o Bobby ganham mais destaque, o resto é só o apoio. Tá bom que parei no episódio cinco, mas a impressão que passa é que os produtores se seguraram no nome do Ryan Murphy, que deu uma ideia: vamos fazer uma série sobre atendentes de emergências, bombeiros e policiais, mas em Los Angeles, algo solar e diferente das outras séries de tema. Até aí, isso é presente, mas o roteiro é bagunçado, o excesso de casos exagerados dá uma cansada e faz a gente questionar verossimilhança e poucos personagens te envolvem no inicio, Bobby e a Athena são os únicos que me prenderam. 

Um caso raro de mudança de elenco e roteiristas podem salvar uma série de um fim prematuro. 

DISCOS

       

    Eu estou longe de ser a maior fã da Taylor Swift. Crítico muito os seus trabalhos. Para mim, Red ainda é o seu melhor trabalho coladinho com Lover, que para mim foi um divisor de águas para a cantora. Acho que à partir de Lover, ela começou a cantar e escrever o que ela quer de fato, por isso o álbum tem um tom um tanto misturado entre Reputation e 1989 - os discos mais amados pelos fãs, que também tem as suas melhores músicas, tanto em letra e ritmo. 

    Folklore e Evermore chegaram de surpresa nesse ano. A cantora trouxe uma proposta etérea de músicas, que ela escreveu e trabalhou ao longo dessa pandemia com ritmos e letras mais ousadas e distintas de seu portfólio. Me decepcionei bastante. As letras estão mais maduras, narrando histórias pessoais, particulares e sentimentais. Os ritmos em folklore se estabelecem no indie, mas evermore é um tanto confuso passeando do indie para o country e depois para o indie e para mim ficou um tanto perdido, pareceu uma compilação do que sobrou do folklore. Gostei de algumas músicas do dois álbuns, mas sabe quando você escuta um disco e não consegue passar um dia sem escutá-lo? Isso não rolou comigo com esses discos. Até escutei folklore depois da estreia de evermore e curti mais e talvez, esses discos peçam por um momento particular, uma mente suscetível a uma conversa mais intima entre o ouvinte e a canção. Infelizmente, para mim, nesse ano não rolou essa conexão.


LIVRO

   
 Esse ano foi excelente. Só li histórias boas, então foi até difícil escolher uma decepção, pois tudo que li nesse ano me trouxe algo de proveitoso e positivo, mas Keeping up with the Kensingtons, da Solanah Fane é uma bagunça. 

    Peguei esse livro no net galley, quando eu estava maratonando The Windsors, uma série britânica que parodia a realeza britânica. Achei que seria legal ler algo com esse mesmo tom e pedi por uma cópia para a editora. É um livro bem rápido de ler, mas diferente da série, faltou humor, criatividade e até um pouco de inspiração. Infelizmente, a história não me divertiu e passou quase que despercebida por mim.


E por aí, quais foram as suas decepções de 2020?
Que 2021 abram as portas para histórias, músicas, filmes e séries incríveis que aumentem o nosso conhecimento de mundo.

Um beijão da Bárbara Herdy.

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