Essa é a sinopse do episódio inicial de Marvel's Jessica Jones. Numa primeira lida é possível crer que estamos lidando com mais uma série com teor investigativo, seguindo uma detetive descompensada, se não fosse pelo elemento produzida pela Netflix e Marvel. Eu não era a única com expectativas altas por trás desse seriado, ainda mais depois do sucesso de Daredevil. Daredevil está no meu top 03 de super heróis favoritos e acredite eu temi MUITO que a sua série fosse ser um outro fiasco como aquele filme esquecível. E adivinhe? Eu arrisquei, assisti alguns episódios e fiquei hipnotizada. Fui surpreendida com uma das melhores séries do ano, quisá de muitos anos. Então imagine as minhas expectativas com Jessica Jones? Comecei a nutrir carinho por Jessica lendo os quadrinhos e não demorou para ela se tornar uma queridinha em meu coração.
Abertura tocante com elementos marcantes do Universo de JJ. |
O que eu poderia esperar da série, além de algo moldado para o sucesso? A Marvel e a Netflix iriam definitivamente produzir algo a altura de Daredevil, com um pouquinho mais de afeição, por ser a estreia de uma personagem desconhecida aos olhos públicos e por ser a primeira grande série com uma heroína como protagonista.
O piloto não perde tempo em apresentar Jessica com sua vida noturna em poucas palavras. Ela é uma detetive e seu trabalho é uma merda. Tacar homens violentos em negação por ter mulheres infiéis através do vidro de sua porta é algo muito corriqueiro para Jess (e uma cena IDÊNTICA a abertura do quadrinho Alias de Bendis). Normalmente seu trabalho é simples: buscar sinais de infidelidade, buscar pessoas desaparecidas, fotografar e investigar detalhes com ajuda da internet. Ela busca provas de uma esposa infiel, acabando por chegar até o seu amante e ter as provas para finalizar esse trabalho. Paralelamente ela trabalha de freela com a advogada de renome Jeryn Hogarth e não apenas trabalhou com ela em outros casos, como mostra ter uma pequena intimidade com a chefe temporária. Além do mais ela tem conhecimento dos peculiares dons de Jones e mostra não gostar que ela os use em seus serviços.
Adele me entenderia, sabe? |
Jessica não consegue ter paz com sua consciência. Quando está envolvida num trabalho, ela precisa saber que ele foi concluído, não apenas para garantir seu pagamento, mas também uma tranquilidade a qual sua vida não tem mais por conta de seu Estresse Pós Traumático. O motivo dele? Não descobrimos num primeiro momento, mas sabemos que envolve um homem e sua presença purpura atormenta Jones que alivia suas frustrações com bebida, e mais tarde sexo. E QUE SEXO, MEUS CAROS AMIGOS! Eu tenho certo receio da audácia da produção mostrar um sexo num nível quase +18, por motivos de: Público infantil forte nas produções da Marvel + Publico infantil derivado de Daredevil + Americanos chaaaaatos, entretanto se você leu os quadrinhos de Jessica Jones (especialmente Alias) ou leu um pouco sobre quem ela é, sabe bem que sua história não é leve e romantizada. A garota é da pá'virada, meu ermão!
Bom, retornando ao episódio. Jessica tem o apartamento invadido pelo seu vizinho Malcom, aparentemente bêbado/sonambulo demais para não perceber que não está em sua casa e Jones é agraciada por um novo trabalho. O casal conseguiu o contato de Jones através da delegacia e ela aceita o caso sem muitas delongas: encontrar o paradeiro da universitária Hope.
Você não está brincando, né? Seria um bom momento para uma piada. |
Esse caso tinha tudo para ser como outro qualquer, e então a vida profissional de Jessica encontra diretamente com sua vida emocional deturpada e ela começa a temer pela própria vida, ao desconfiar que aquele caso não foi indicado, e sim armado especialmente para ela. Desesperada, Jessica opta por fugir do seu passado. Manda os pais de Hope irem embora o quanto antes, para escaparem da figura por trás de tal coisa, essa pessoa capaz de destruí-los sem possibilidade de remendos. Hong Kong é a sua escolha de escapatória, mas tudo conspira para ela não conseguir isso, então lhe resta apenas uma saída: Trish Walker.
Trish é uma radialista, com um status social razoável e amiga de Jessica. Pelo menos, era. O rápido dialogo entre elas mostra que a amizade sofreu uma ruptura e elas não conversam a quase seis meses, tempo que bate com o trauma sofrido por Jones. Elas acreditam que Kilgrave está morto, mas Jessica sabe que não e Walker não acredita. Trish tentou ajudá-la lhe pagando terapia, mas isso não foi o bastante para Jessica (mesmo que ela repita obsessivamente um endereço quando sofre um dos seus ataques memoriais traumáticos). Jessica precisa de dinheiro e Trish não lhe deixa na mão, mas declara que ela está fugindo e ela pode fazer melhor que isso.
Eu terminei o episódio assim: NO CHÃO. |
O final desse piloto não é apenas surpreendente, como também revela o caráter de Jessica e descobrimos que ela está certa sobre suas desconfianças e a pessoa por trás daquilo, agora lhe falta descobrir, como ele sobreviveu e por quê retornou para infernizá-la. A problemática? Ela não tem a menor ideia de como conseguir fazer isso, mas eu lhe garanto Jessica Jones irá encontrar uma maneira.
Como? Queridos, como eu, você terá que assistir a série para descobrir.
De longe, um dos melhores pilotos assistidos por mim, em anos e recomendo que como eu, você dê uma chance a série. A primeira temporada estreou hoje e se encontra completa (COMO EU AMO A NETFLIX!) através do Netflix.