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PALOMA DA SILVA, a protagonista das novelas da 7 que é como a gente

Por Bárbara Sobral •
terça-feira, 7 de janeiro de 2020




Hey, Mates! Tudo bem? Nesses últimos meses eu me peguei apaixonada pela novela das 7 da Rede Globo, Bom Sucesso - uma surpresa tremenda para mim que não acompanhava uma novela global desde Espelho da Vida.



Bom Sucesso não inova na dramaturgia trás na sua temática temas atuais abordados de maneiras orgânicas e corretas, seus núcleos circulam entre duas famílias, uma mais abastada e uma mais humilde e neles assistimos as tramas desenvolverem através das percepções dos personagens complexos e cheios de camadas que, como as tramas, evoluem gradativamente com o passar dos capítulos. 


Infelizmente, depois que Paloma e Marcos oficializaram o relacionamento a novela desandou de vez. Não digo isso pela união do casal que, até então eu torcia para ficar junto, mas TODAS as tramas se perderam, algumas foram estendidas desnecessariamente e até houve o ressurgimento de personagem que poderia ter continuado morto só para travar a trama em período de festas, que rola aquela famosa queda de ibope. Agora em reta final essas tramas arrastadas estão pesando muito no desenvolvimento natural das tramas e dos personagens. As vilanias do Diogo cansaram, mesmo que a atuação do Armando Babaioff continue hipnotizante, dá para sentir que não tem mais espaço para ele crescer. O final da novela se aproxima e com ele teremos que dar adeus aos acertos da trama que pode ter derrapado aqui e ali, mas ainda tem muito a que ser elogiado, começando pela sua protagonista, Paloma da Silva, interpretada pela Grazi Massafera. 




Trabalhadora, determinada, cheia de fé, dedicada a seus filhos e apaixonada pela vida: essa descrição resume a nossa protagonista como uma dezena de outras que passearam pelas novelas globais nos últimos anos. O que difere Paloma delas está no roteiro. Ela não é só uma definição apresentada em uma sinopse de release para as mídias e o público, ela é tudo isso e muito mais - e esse muito mais é um bônus que acompanhamos ao longo da trama. Paloma é defendida brilhantemente pela Grazi que tem nos entregado uma personagem acessível com trejeitos, manias e uma presença cativante. Nós torcemos pela Paloma, pelos seus sonhos, pelas pessoas que ela ama (por gostarmos dela e desses personagens individualmente) e concordamos com as suas escolhas, até as mais difíceis. 



A sua determinação vem da sua história. Ela tem noção dos perigos do mundo e do preconceito da sociedade. Ela diz isso em seus diálogos, age conforme as suas palavras e não é alienada as atitudes de ninguém, nem mesmo Ramon que ela ama incondicionalmente, ela abaixou a cabeça para o machismo e ciúme dele. Ela aceitou o fim quando ele chegou, se reencontrou e correu atrás do amor com Marcos - outro que tinha tudo para ser o menino Peter Pan para sempre, mas que cresceu nesse romance para se encaixar com a realidade da sua amada. Todas as lutas de Paloma são para que seus filhos não sofram nem por causa dela, muito menos pela a ação dos outros. Ela alimenta os sonhos dos seus filhos, Alice em ser escritora e fazer faculdade; Gabriela com o basquete; e o Peter com seus vídeos. Ela questiona as suas escolhas, direciona, mas nunca julga ou diminuí; nem passa a mão ou dá de bandeja o que eles querem. Ela mostra o caminho a eles e quando tem que soltar suas mãos para eles seguirem por conta própria, ela é a primeira a chorar, mas é também a primeira a saber que está fazendo o melhor para eles. 





Paloma também tem seus sonhos. Ela queria se formar em Letras. Esse sonho ficou para escanteio quando ela engravidou de Alice, ainda adolescente. Atualmente, ela tem uma linha de roupas e tem trabalhado em confeccionar roupas casuais com muito bom gosto e esforço. Ela deixou o sonho dela de lado por muitas vezes. Mesmo sentindo por isso, ela prioriza os outros antes de pensar nela - e nas poucas vezes que ela pensava nela rolava alguma situação machista da parte dos filhos, do namorado, dos vizinhos. Não é a toa que ela foge para os livros quando pode e se imagina nas situações dos personagens. Ela encontra consolo e conselho nessas vozes escritas por autores que nem sabiam a importância que teriam na vida dela.

Paloma foi uma mulher sozinha por muito tempo. Veja bem, mesmo que  ela tenha o irmão, a cunhada, os filhos e um marido/namorado, ela não tinha o apoio deles em muitas das suas decisões e sua vida rodeava cuidar, proteger e tornar os sonhos dos filhos reais. A novela mostra uma mulher dizendo SIM para a vida quando ela acha que terá só alguns meses de vida. A novela conta a história de uma mulher que, é como a minha mãe ou a sua que trabalha das 9h as 18 h ganhando um salário mínimo, sendo ignorado pelos clientes, menosprezado pelo chefe e aceita isso por gostar do trabalho e precisar levar uma renda para a família. Seus filhos sem pai tem só a mãe como o exemplo e ela é um exemplo para seus filhos e para nós. De uma mulher trabalhadora, determinada, que tem fé, que corre atrás do que quer para ela e para os filhos, sabe dizer NÃO e aprender a dizer SIM para a sua vida.

Nessa reta final de Bom Sucesso, eu desejo que a novela mostre Paloma feliz. Independente que seja com o Marcos ou o Ramon - honestamente, queria ela sozinha, mas esse é outros 500. Eu quero Paloma feliz com seus filhos também felizes com suas conquistas. Ela prestando o Enem com a Alice e as duas fazendo Letras juntos; Gabriela indo brilhar em um time feminino de basquete e Peter vivendo no seu mundo de imaginação dos vídeos. E que ela termine essa novela dizendo SIM a vida e nós aprendamos a dizer mais SIM's também, para nós mesmo - e torçamos que a Paloma não seja a última das protagonistas de novela que tenhamos orgulho de falar que ela é como a gente e se ela não for, eu não me importaria de pegar uma ou outra coisa emprestada dela.



Um beijão da Bárbara Herdy ♥

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