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Aleatoriedades e um café, por favor | Não!

Por Bárbara Sobral •
sexta-feira, 21 de setembro de 2018




Em tempos de imediatismo onde você consegue saber o que está acontecendo do outro lado do mundo através de um clique, a informação viaja entre as redes sociais e as pessoas descobriram uma funcionalidade além de acompanhar a vida de quem gosta nessas redes: de expor sua opinião sobre tudo e todos. Se antigamente guardávamos os nossos segredos nos diários que escondíamos embaixo do travesseiro, hoje, deixamos nossa visão sobre nós, os outros e o mundo descaradamente aberto para todos lerem. E quando você opta por não dividir a sua opinião você se torna uma exceção na massa, uma exceção a uma regra imposta e, que em tempos como os que vivemos atualmente, uma pessoa em silêncio é uma pessoa a menos lutando pelo certo.

O certo pode ser abstrato de pessoa em pessoa. O que é certo para mim, pode ser visto como errôneo para você. E por mais problemático que isso seja é um direito seu ver o mundo azul quando o outro o vê cinza. Ninguém vem para aqui com a missão de mudar a visão do outro e adaptá-lo para o que ele acredita ser o “certo”. No entanto, podemos ajudar os outros a entenderem porque o céu para você é cinza e por que o céu dele não corresponde com o que você acredita.

Existe uma fala que eu não sei quem disse ao certo, mas é algo assim: todo vilão se vê como um herói. Isso fez tanto sentido para mim, analisando todos os vilões que eu aprendi a amar no cinema e todos os vilões que aprendi a odiar na vida real. O que o Darth Vader tem em comum com Luke Skywalker, além do parentesco é que, eles se veem como herói das suas causas e aos olhos um do outro, eles estão lutando pelos motivos errados e por isso um é inimigo natural do outro. Nos filmes, por mais que o vilão seja uma sombra constante perseguindo e buscando vencer o herói em algum momento, em raras exceções o herói o vence e reconquista sua segurança e paz (nem sempre também).

Na vida real não funciona bem assim. Nem sempre o herói é o herói de todos. Nem sempre o vilão é o vilão de todos. Nem sempre eles estão lutando por causas boas ou certas para todos. Nem sempre o perdedor é o mal ou quem era visto como bem, mas em muitas das vezes é os outros. Acaba que não é tão diferente dos filmes. Nem todo mundo vai achar que as ambições do vilão são corretas, mas alguns podem entendê-lo, como eu entendia o Drácula. E sabe aquele herói que você acha chato? As vezes é por você não concordar com sua postura e as suas escolhas, como o Harry Potter. Isso não quer dizer que você tenha uma visão distorcida do mundo ou que você tenha uma tendência a concordar com os vilões, mas sim que o seu jeito de ver o mundo e tomar atitude rumo ao que você acredita pode ficar no meio de um caminho.

Em tempos de decidirmos a direção do nosso povo para uma jornada, eu não consigo deixar de pensar nesse paralelo do herói e vilão. Somos os heróis ou vilões do nosso futuro? Nossa decisão nos encaminhará para essa resposta. Em tempo, eu agarro meu direito a dizer não para aquilo que eu não acredito ser o certo, nem para mim, nem para aqueles que eu amo, nem para o meu povo. Ódio gera caos. Incompreensão gera falsas verdades. Medo gera pânico. Preconceito gera exclusão.

Um não ecoando no meio da multidão gera resiliência.

por Bárbara Herdy


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