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RESENHA | O Duque e Eu, de Julia Quinn

Por Bárbara Sobral •
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

HEY, MATES! Tudo bem com você? Trago hoje uma resenha que olha, eu precisei de algumas semanas para digerir os meus sentimentos antes de colocar em palavras e não foi fácil. Esteja avisada.




TÍTULO: O Duque e Eu
SÉRIE: Os Bridgertons - 01

AUTORA: Julia Quinn
TRADUÇÃO: Cássia Zanon
PÁGINAS: 288
ANO: 2013
SAIBA MAIS: https://www.goodreads.com/book/show/17786077-o-duque-e-eu?ac=1&from_search=true 
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SINOPSE: Pode haver um desafio maior do que um duque solteiro? Simon Basset, recém-nomeado duque de Hastings, está prestes a pedir a mão de Daphne Bridgerton em casamento. Daphne é irmã de seu melhor amigo e quase uma solteirona, mas somente eles dois conhecem a verdade... Tudo não passa de um plano, com dois intuitos: proteger o charmoso duque dos avanços das moças solteiras e aumentar as chances de Daphne de conseguir um bom partido, depois de ter sido cortejada por um duque. No entanto, enquanto Daphne valsa pelo salão de baile nos braços de Simon, fica difícil se lembrar de que aquele romance é apenas uma encenação. Daphne não tem certeza se é o sorriso sedutor de Simon, ou se é o jeito como ele olha para ela, mas a verdade é que ela está se apaixonando... de verdade! E agora, ela precisa fazer o impossível para convencer o atraente duque de que o plano que ambos tão bem arquitetaram merece uma ligeira alteração, e que talvez os dois descubram que pode ser bem melhor e eficaz se a farsa se transformar em realidade...
Eu tinha tantas expectativas para esse romance. Já revelo: Nenhuma alcançada. Vamos começar com a história: O Duque e Eu conta o romance vivido entre Daphne Bridgerton e Simon Basset. Daphne está na temível idade de ser cortejada pelos boys e a sua mãe não mede esforços para que a jovem seja apresentada para os potenciais noivos que, não agradam Daphne. Desgostosa com a atitude da mãe, ela se esconde nas festas para não ser apresentada a nenhum potencial desastre. Em um desses eventos, ela acaba esbarrando com Simon que a tira de uma situação complicada e os dois acabam encontrando algumas coisas em comum. Começando que ele é o melhor amigo do irmão dela, Anthony e ele também não está interessado em ser soterrado de mães apresentando a ele as suas filhas. Os dois encontram uma solução para o problema: fingir um noivado.

Até aí, parece uma ideia típica em um romance histórico. Não é surpresa alguma quando Daphne se apaixona por Simon e vice-versa. Ela é uma protagonista carismática e não aceita o que é imposto a ela sem correr atrás do que ela deseja. O seu inicio na trama é forte e me apeguei rapidamente a personagem. Simon também é um personagem bom. Diferente da protagonista, ele teve uma infância dura e isso marcou não apenas a sua história, como moldou o seu caráter. Ele é o típico mocinho de trama histórica: sedutor, misterioso, um cara fora dos limites, mas ao mesmo tempo um cavalheiro. 

A escrita da Julia Quinn é bem gostosinha. Ela opta por capítulos curtos e isso flui muito bem o seu jeito direto de escrever. Ela pouco utiliza de descrição e exposição emocional. Entrega tudo mastigadinho para seu público não ter dificuldade em se ver no lugar dos personagens.

O enredo, como apresentei ali em cima é bem mais do mesmo no gênero histórico. Não que eu considere isso algo ruim, eu sou uma amante dos clichês, mas é natural buscarmos por algo inesperado no meio de uma rota conhecida. E é aqui que a Julia peca. Eu até percebo que ela fez isso, mas foi de um jeito tão fora da atitude dos personagens, como também errado e mal desenvolvido. 

SE VOCÊ NÃO QUER SPOILER, NÃO PASSE O CURSOR SOBRE O PARAGRAFO ABAIXO:

Daphne e Simon se casam. Eles estão ardendo de paixão um pelo outro. Daphne acredita que seu marido não pode ter filhos, então ela tira tal possibilidade do futuro deles. O que ela não sabe é que Simon não só pode ter, como ele não quer ter filhos - para ele isso seria uma espécie de vingança contra seu pai mal caráter. Para Daphne soa como um castigo para ela. Inocente, ela não sabe como a biologia funciona e até ela juntar dois mais dois e entender o que está rolando, nossa protagonista acredita na infertilidade do esposo. Com tudo descoberto, Daphne está arrasada e até se separa de Simon. Mas, uma noite, ele chega bêbado e eles não resistem a paixão. Normalmente, Simon interromperia o coito, assim impedindo uma gravidez, só que Daphne saca a artimanha dele e o força a se manter nela, até ela ter certeza que ele deixou a semente nela. Ele fica desesperado. Ela fica até então de boas. Até então, porque no dia seguinte, Simon pega seu cavalo e se manda para onde Judas deixou as botas e deixa a possível esposa gravida sozinha. Aqui eu paro. Identificaram os problemas? Os personagens que são apresentados para nós no inicio da trama JAMAIS cometeriam essas atrocidades. Daphne estupra o marido para conseguir um filho. Pode até dizer que ela não tem noção do que faz, que a época não dava a ela essa noção, mas Julia Quinn tem noção da imagem que está passando em sua história com isso. Não há uma explicação para o ato dela e em nenhum momento a personagem mostra remorso por ter obrigado o esposo a isso. Por outro lado, a escolha de Simon de ir embora é até compreensível mediante a atitude da esposa, mas ele ama a Daphne. Aquele cara nunca deixaria a esposa, mesmo contra tudo que ele desejava.  

 
Decepcionante define meu sentimento com o fim dessa trama. As escolhas de Daphne e Simon não são questionáveis, eles não sofrem consequências por isso e são felizes para sempre. Fim. Eu dei três estrelas por conta do desenvolvimento da trama até esse ponto desnecessário. Minha vontade era dar um belo zero só pela desinformação e a tentativa de criar um plot twist chocante. Outro ponto: eu também levo em consideração que a autora lançou esse livro em 2000 era uma outra época, os editores tinham um outro olhar sobre as obras. Só não sei se ela escrevesse hoje em dia ela manteria esse enredo. Bom, eu pretendo ler o dois. É uma nova história com um novo enredo. Espero não me decepcionar.

Será que eu vou?


Um beijão da Bárbara Herdy.

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