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CRÍTICA | Doctor Who (Season 08) • 8x03 - Robot of Sherwood

Por Bárbara Sobral •
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Hello, hello, Mr.Hood!


Quando a série tem um ótimo enredo e não ousa em aproveitá-lo.
Eu não tinha grandes expectativas quanto ao episódio 'Robot of Sherwood', após o ótimo 'Into the Dalek', o terceiro episódio da oitava temporada de Doctor Who apresentou ter uma pegada mais leve e tranquila, logo eu esperava que a qualidade da produção britânica manteria uma estabilidade. Foi o que ocorreu. De qualquer modo, a minha expectativa era em relação a história do episódio a qual acabei ficando muito decepcionada, pois não teve um grande desenvolvimento como o seu personagem foco merecia. Além da falta de tempo, esse foi um dos motivos para ter empurrado a resenha desse episódio: não queria ser injusta na resenha ao falar do episódio apenas com os desejos de meu coração Whoviano!

Eu esperava muito da história de Robin Hood no universo de Doctor Who. 
Para mim, os melhores episódios de Doctor Who são quando eles fazem uma homenagem a algum personagem histórico; Lembram do episódio da Agatha Christie? Um dos melhores episódios daquela temporada. Charles Dickens, William Shakespeare, Winston Churchill e o Hitler. Então, temos Robin Hood. O Robin Hood. O herói dos britânicos. A grande representação do cavalheirismo, malandragem e justiça da Inglaterra e eles me fazem esse episódio? Foi um episódio bom? Sim, manteve a estabilidade dos dois últimos, o que sejamos sincero, é difícil em uma série. Tecnicamente os efeitos melhoram cada vez mais, a trilha foi condizente com a premissa e a fotografia belíssima. Como de costume, o elenco foi impecável, mas o roteiro poderia ter sido muito melhor: criativo, desafiador e por quê não, diferente. Eu tenho a sensação que esse episódio teria sido A+ se o Moffat ou Gareth Roberts tivesse escrito e é claro, se tivesse sido do interesse da produção dar tal foco a história lendária de Robin Hood.

A sinopse entrega a premissa básica do terceiro episódio:

Na ensolarada floresta de Sherwood, o Doctor descobre um plano maligno vindo de além das estrelas. Com o destino de Nottingham (e do mundo) em jogo, não há tempo para entrar em discussão sobre o que é real e o que não é… será que heróis lendários existem?

Essa é a premissa básica do episódio e não passou muito além disso.
O episódio inicia com Doctor liberando Clara para escolher qualquer lugar do universo para uma viagem e a sua companion opta para visitar Nottingham no sonho de descobrir se o seu herói de infância, Robin Hood, era real. No fundo, Doctor esperava que Clara descobrisse que Robin Hood não passava de um personagem de um livro de aventura, mas é quando eles dão de cara, Robin aparece assim que a Tardis aparece.

Amei a escolha de Tom Riley como Robin Hood. Ele não só caiu como uma luva no personagem, como passou personalidade e profundidade ao seu místico personagem. Fiquei com muita vontade de revê-lo na série. 

Sem delongas somos apresentados ao maligno xerife da cidade que, como esperado, tem mania de grandeza com aquele velho desejo de dominar o mundo com uma nave espacial. Essa ideia me lembrou muito algum episódio antigo de Doctor Who, mas sem querer pensar muito nisso, seguimos com esse episódio. O xerife tem ciúmes do irmão, com aquela ideia de que foi deixado de lado na vida por culpa dele. Passa o episódio inteiro exaltando sua inteligência e beleza, principalmente na presença de Clara, a quem mostrou ter um interesse romântico. Boa sorte a ele! 

Para fazer a nave funcionar, ele passou a saquear as vilas em busca de ouro, o combustível de seu veículo. Robin, Doctor e Clara são presos pelo xerife e para a destruição do ego do nosso renascido Doctor, Clara é considerada a líder do grupo tendo uma interação com o xerife, mostrando uma Clara mais madura, manipuladora e espertinha nessa temporada. 

I'm (finally) Clara!

Como nas últimas resenhas, preciso ressaltar que Jenna-Louise Coleman está muito mais confortável como Clara, sua relação com Doctor cresceu muito e ouso dizer, ela finalmente encontrou o tom de Oswin, MAS eu não consigo gostar da personagem. Acho ela uma boa personagem, mas para mim falta algo nela do mesmo modo que faltava em Martha. As vezes acho que como a última, Clara se leva muito a sério, então acaba perdendo uma leveza natural, tornando-se muito mais heroína do que amiga. Talvez, seja isso. Rose era o 'amor' de Doctor. Donna era a melhor amiga. Rory era como uma filha, mas quem foi Martha? Quem será Clara? Me pergunto muito sobre isso a cada novo episódio. 

Robin e Doctor: Uma dupla do barulho que vai agitar a sua noite de sábado!


Enquanto tivemos uma Clara séria e esperta, Doctor parecia uma criança tentando provar de todas as formas possível que Robin era tão falso quanto uma nota de 6 libras. O que é claro deu em ótimas cenas de luta, (Robin com uma espada e Doutor com uma colher. E tem gente que se preocupa com Stiles usando um taco de baseball #TeenWolffans Sabem de nada inocente.) discussões calorosas e momentos cômicos.

Estamos conhecendo um novo Doctor maduro, sério e menos crente de todos os que fomos apresentados nessa nova geração. Poder ver Capaldi crescer a cada novo episódio de pouquinho e pouquinho é incrível, pois eu, como Whoviana, estou podendo assistir esse Doctor conquistar o meu coração a cada novo episódio e ouso, me fazer sentir como Clara, buscando compreender as ações desse homem e os motivos por trás de sua nova personalidade. É claro que Capaldi é um daqueles atores que nasceu para dar vida a certos personagens e para mim, Doctor é um deles. Se tem algo que ficou claro para mim nesse episódio, foi que Capaldi não está tentando conquistar/roubar o lugar de nenhum Doctor de nossas vidas, ele quer ter o seu lugar por direito.

Seguindo com o episódio, teimoso como só o nosso Doctor, ele dá um jeitinho de ir ao controle central da nave, lá ele invade o banco de dados e acaba descobrindo que aquela nave irá direto para o 'The Promised Land'. Mais uma vez, esse lugar é reforçado no imaginário do telespectador. É claro que ele é o plot central dessa temporada, agora a questão levantada é: O que esse lugar tem de tão especial?



Por que, Bárbara, você não gostou do episódio?
Como disse, eu esperava por uma ótima história envolvendo o Robin Hood (como foi no caso do episódio centrado na Agatha Christie), mas senti que, no fundo, Robin não teve uma história própria, foi mais um personagem móvel do que um personagem líder, apenas ali para mostrar ao público o tão teimoso e ranzinza que o Doctor se encontra e como, obviamente, Clara deixou o seu herói da infância no passado e tem um novo herói. 

Eu gostei do episódio, mas fiquei com aquela sensação que poderia ter sido muito melhor e é esse o grande fator que me decepcionou no produto final. Eu sinto que o episódio poderia ter tido uma outra vibe se os roteiristas tivessem tal permissão ou até mesmo, se esse episódio fosse apresentado mais a frente na temporada e não como um episódio de 'pausa' entre os enredos (o nosso famoso 'filler') Entretanto, Doctor Who entregou, no geral, um episódio muito bom, leve, despretensioso, reforçando alguns conceitos importantes para os personagens e essa temporada, sem deixar de apresentar a adorável história de Robin Hood sob os padrões Whovianos.

Por hoje é só, mates!
Vejo vocês na próxima Ms.Series Killer, ok? So, BANG!  

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