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CRÍTICA | Doctor Who (Season 08) • 8x05 - Time Heist

Por Bárbara Sobral •
segunda-feira, 29 de setembro de 2014


Quando um episódio que não tem nada além da obrigação de ocupar um espaço vazio consegue ser mais impactante e interessante que todos os episódios centrais, até o momento dessa temporada, fica a pergunta: qual foi o grande acerto desse episódio e o que está faltando nos outros?

Eu odeio episódios fillers por, normalmente, apresentarem um episódio sem a necessidade de existir, apenas para serem uma cola entre um episódio importante e outro. Isso não ocorre em Doctor Who. Em todas as suas temporadas, para mim, não existe um episódio se quer que fique abaixo da nota 9,0 e os fillers estão entre os melhores episódios de todas as temporadas ('Blink', 'The Unquiet Dead', 'The Fires of Pompeii' e 'School Reunion'.)  Não poderia ser diferente com 'Time Heist' que, inicia com a nossa Oswin voltando de um dos seus encontros com Danny Pink que, está tornando-se uma presença maior em sua vida, mesmo que ainda não substitua uma aventura com o Doctor que, começa a sentir os efeitos de ter que dividir sua companion com outras pessoas.

Antes que Clara consiga escapar de mais uma aventura, ela e Doctor, num ingenuo atender do telefone da cabine, são tragados para uma sala de segurança máxima. Lá, eles não recordassem de nada antes de chegarem ali, fruto do uso de um verme intergaláctico (que eu sabia o nome e esqueci, mas enfim ...) que pode apagar determinadas lembranças com a licença da pessoa, é claro. Tudo que Doctor e Clara tem é uma mala no centro da mesa e dois estranhos que estão tão confusos quanto eles. Ao abrirem a mala descobrem que o seu conteúdo é uma mensagem do Arquiteto, que os selecionou para uma particular missão. Aquela mensagem abriga um passo a passo de como invadir o maior e melhor banco de todo o Universo, Karabraxos. E ele não é o melhor a toa, é o mais mortal também, logo Ladrões nem ousam colocar o pé ali dentro, pois só determinadas pessoas são permitidas transitarem ali. Adivinha quem entrará lá? Acertou quem disse Capaldão e seus amigos.

Fala mais alto que da Tardis eu não te escuto, Teller!

O que parece ser um péssimo plano (e é) acaba sendo a única solução para o quarteto descobrir o que o Arquiteto quer que eles roubem. Doctor e Clara ganharam a companhia de Psi, um humano melhorado e Saibra, uma humana modificada. No melhor clima de filmes como 'Onze Homens e Um Segredo', o quarteto consegue invadir o banco com ajuda dos dons especiais de Saibra, mas os paranaues começam a ser atirados em nossa face quando o banco é imediatamente fechado, pois um intruso foi detectado. É claro que o quarteto se borra na calças (aka eu me borrei) esperando que sejam presos por circuitos paralisantes ou fuzilados por fasers, mas o que surge é muito pior. Teller, a criatura dita pelo Arquiteto como uma das criaturas perigosas do banco que poderia matá-los. Teller não é a criatura mais assustadora do universo Whoviano mas, definitivamente, é um dos mais poderosos e conceitualmente melhor produzido.

Após isso, o quarteto segue com os planos do Arquiteto tentando compreender cada pista deixada pelo homem que os contratou para alcançarem o seu propósito, enquanto buscam sobreviver as armadilhas do banco e entender o que diabos eles estão fazendo ali. É nesse tempo que conhecemos melhor Psy e Saibra e os vemos interagir com Clara e Doctor.

Posso te adotar, Psy-y-y-y?

Não me afeiçoou tão facilmente a personagens secundários, mas preciso confessar que me apaixonei por essa dupla, coisa que não acontecia desde a primeira aparição de Vastra e seus amigos. Saibra é forte e dura, mas é dona de uma grande coração, muito bem protegido pelas dificuldades que passou em sua vida por ser diferente. Psy roubou meu coração sem pedir autorização! Um abusado!
Queria muito poder vê-los novamente! #FicaaDicaTioMoffatt
Eu gostaria que eles fossem o novo grupo a auxiliar esse novo Doctor, infelizmente, substituindo Vastra e seus amigos. Normalmente, é isso que acontece, certo? Cada doctor tem aliados diferentes.
Ou posso sonhar mais? Companions! A geração Clara Oswin está perto de terminar - ainda não sei se fico triste com isso - LOGO, imagina ela ser substituída por um companion modificado e uma mutante. Diferente e desafiador!

Quando pensamos que tudo iria acabar bem, é claro que deu ruim!
Clara e Doctor são levados até Delphox que os sentencia, retirando-se de sua sala e os deixando sozinhos com os seguranças, o que é contraditório. Vejamos: Quando o intruso foi detectado, Teller o matou na frente de todos, agora Doctor e Clara foram deixados presos na sala de Delphox para ainda serem levados para uma cela. Delphox estava de péssimo humor com o intruso, mas melhorou e aliviou para a dupla? Isso ficou um pouco desconexo do que foi mostrado no inicio do episódio, mas vamos respeitar e acreditar que a nossa duplinha do barulho teve um momento de sorte.
E que sorte, né?

Sinto cheiro de treta!

Juntando a sorte com a revelação do grande mistério por trás do episódio descobrimos quem é o rosto por trás de Karabraxos. Não me importei muito com a revelação por trás disso, pois o roteiro não permite isso. Deixa eu explicar: Sabemos que Ms.Delphox e Karabraxos são ruins e pronto. Ms.Delphox consegue mostrar isso, mesmo que dubiamente, mas Karabraxos, protegida quase como uma das relíquias guardadas em seu banco, não foi explorada, apenas nomeada como alguém ruim e pronto. Li uma resenha sobre o episódio que destacou algo importante: a atriz que interpretou Ms.Delphox, Keeley Hawes estava ótima no papel, acredito que, no futuro, ela pode até voltar a aparecer na série. Quero destacar isso para quem for assistir a série reparar bem nessa questão. A atriz estava ótima e confortável em seu papel, já o roteiro não lhe deu a abertura para amplificar essa sua interpretações. Pequenos erros que, por sorte, não atrapalham a construção do episódio.

O final do episódio foi ótimo. Amei a revelação por trás do Arquiteto e de seu verdadeiro plano.
Para alguns pode não ter sido grandes coisas, mas para mim, foi genial. Confesso que suspeitei que o episódio iria por aquele caminho, mas como era uma suposição baseada em achismo preferi me entregar ao episódio e esperar ser surpreendida - e fui. Adorei a retrospectiva explicando detalhadamente a revelação para o telespectador compreender junto aos personagens tudo que havia se passado até a conclusão surpreendente e o fim do Karabraxos.

Love me, I'm The Doctor!

Doctor é Doctor, mesmo rabugento, sem esperança, irritado e anti humanos, ele sempre é capaz de tudo para salvar uma raça, um mundo, um universo.

Outra coisa que funcionou no episódio foi a agilidade das revelações. Uma coisa puxava para a outra sem dar tempo do telespectador pensar, pois logo, ele tinha uma nova informação. Quando tinhamos um minutinho de paz, isso acontecia para aprendermos algo sobre algum dos personagens para logo em seguida sermos carregados pela mare com alguma ação surpresa. Adoro roteiros como esse, pois é o modo mais próximo de colocar o telespectador dentro daquela história, seja solucionando o que se passa junto com os personagens ou só como alguém que acompanha de perto o evento. Nos obriga a sair da posição confortável de quem assiste, para ser alguém, que vive aquilo. Apenas formidável!

Estou vivendo uma semana 'Doctor Who', espero que estejam curtindo as resenhas, como eu estou amando poder resenhá-las <3
Até a próxima resenha, bang bang e cuidado com o Teller!


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