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CRÍTICA | 1x05 - AKA The Sandwich Saved Me - Marvel's Jessica Jones

Por Bárbara Sobral •
sábado, 21 de novembro de 2015
Pelo Amor de Deus, paguem um e levem dois!
Apesar das objeções de Jessica, o novo amigo de Trish, Simpson se envolve na sua busca pelo Homem-Púrpura. Jessica ainda relembra um momento crucial de sua vida.
Até agora, AKA the sandwich saved me é o meu episódio favorito. Por quê? Tivemos um pouquinho de tudo: Jessica tentando consertar o seu presente fodido, relembrando o seu passado um pouquinho menos ferrado, mas ainda assim descarrilhado a seis meses atrás (Pré ataque dos Chitauris). Seguindo a ideia por trás de Nelson vs. Murdock, o episódio é construído sobre a base de quem Jessica era no passado e quem ela é agora. No geral tivemos um episódio muito bom, por outro lado não supera o impacto e importância de Nelson vs. Murdock para a primeira temporada de Daredevil. Talvez, aqui o episódio tenha errado a mão ou quem sabe, eu ainda não assisti a esse episódio definidor. Seguindo...

                                 
Eu estou vendo aqui que já deu para mim, viu? Tô caindo fora!
Jessica não tinha profissão, muito menos uma carreira. Não era feliz, mas também não era um poço depressivo ambulante. E, estava fortificando a ideia de se tornar uma Heroína (veja bem, aqui o termo Heroína é utilizado, invés de Vigilante, uma diferença importante para a construção da personagem). Talvez essa seja a sua grande missão na terra. Além do mais, aqueles particulares dons não podiam ser desperdiçados, certo?

Esse episódio é excelente para definir quem Jessica é, em seu próprio Universo. E é aqui também que a personagem se distancia grandiosamente dos seus rumos derivados de Alias. Veja bem, como disse anteriormente na minha resenha sobre o quadrinho Alias (1-9), Jessica é uma personagem recente dos quadrinhos, logo ela não tem muitos arcos conhecidos pelo público, o que abre espaço para os roteiristas criarem histórias originais. Isso é ótimo, como também pode ser péssimo. É aí que mora o perigo... Parece fácil adaptar uma história existente, mas não é, e pode ter certeza adaptar uma história existente e ter liberdade criativa sobre, é pior ainda.

                               
I have a dream my life would be... ♪
Ser ou não ser uma heroína, és a questão. Entre flashbacks e o presente, conhecemos um pouco mais de Jessica e admiramos o crescimento de Trish Walker na série. Trish deseja deixar o passado de Patsy para atrás, e mesmo sendo rica, bem sucedida e linda, como Jessica mesmo implica, Walker quer mais: quer salvar o mundo. Clichê, mas bonitinho. Já Jessica... não tem motivação alguma com coisa alguma. Depois de salvar uma garotinha de quase ser atropelada, Jessica assisti uma Trish sacudir na sua face um cosplay bem barato de Jewel na fuça da amiga. Jones declara o tão idiota seria sair nas ruas vestida daquele modo, mesmo que ela esteja considerando a ideia, enquanto Trish mostra animação em um dia vestir um traje e salvar o mundo. Numa das tantas entrevistas haviam dito que o Uniforme de Jewel estaria presente na série, mas que Jessica não o vestiria. Bom, até o dado momento sabemos que o protótipo existe, agora cabe esperar para descobrir se Jones irá usá-lo em algum flashback ou no futuro.

Além de Trish, Will Simpson cresce na série. Não apenas por ser o interesse romântico da melhor amiga de Jones, mas também por ser um personagem interessante, com ótima química tanto com Ritter quanto com Taylor e uma ótima contraposição com a protagonista. Enquanto Jessica quer apenas consertar as merdas feitas por si no passado e no presente, Will quer fazer o certo, não importando como. Sua presença no plano foi essencial para tornar possível a captura, como também a proteção de Trish e da própria Jessica. Nossa protagonista acredita ser invencível e Will mostra ter a habilidade de jogar a merda no ventilador e mostrar aquilo que Jones teme ver com os seus próprios olhos. Enquanto isso, Trish se constrói sozinha como sua própria heroína, mas descobre ter fraquezas que nenhuma aula de Krav Magá pode ajudar.

MIGA, JÁ DESCOLEI A FANTASIA DE HALLOWEEN!
                             
Alguém esperava que esse plano daria certo? Por favor! Estava na cara que ia dar treta quando o assunto foi mencionado pela primeira vez. Kilgrave não é apenas poderoso, mas esperto e Jessica subestimou isso. Esse é o episódio, no qual finalmente conhecemos o primeiro contato entre Jessica e Kilgrave, como também a dimensão dos dons do vilão. Se antes estava confuso compreender como ele conseguia controlar tão deliberadamente qualquer um, agora ficou bem claro a capacidade do seu dom, como também o livre arbítrio do dominado é destituído.

Ando lendo muitas comparações entre Kilgrave e Kingpin pela internet (como também com Daredevil num todo, mas isso é assunto para outro post), o que é esperado, entretanto acho importante marcar aqui a enorme diferença entre um e outro: Enquanto Kilgrave possuí um poder ilimitado em si, Kingpin fez o seu poder, através de manipulação, chantagem e dinheiro. Eles são vilões com propósitos diferentes e compará-los não faz o menor sentido, pois ambos são grandiosos e terríveis em seus pedestais.

Vamos nos ferrar? SIM!
                       
Diferente de Simpson, Jessica não busca redenção, ela continua buscando por consertar os seus erros. Ela se martiriza e culpa pelos atos cometidos por Kilgrave, considerando eles como seus pecados, quando não é. Novamente ela toma uma vitima sobre os seus ombros, Malcom, mas diferente com Hope, aqui, Jessica toma uma postura protetora e quase pesarosa. Por mais que suas palavras sejam duras e ela não tema as consequências delas em Malcolm, Jones busca salvá-lo de si mesmo, quase como se ela estivesse a falar com um reflexo de si.

Sou um pouco doido... por você.
                         
Para mim, até agora, esse é o melhor episódio da temporada. Poderia ter alcançado outro patamar e ter sido melhor? Provavelmente, mas no nível em que se encontra, a série entrega ao público o que ele precisa saber agora. Jessica Jones não é Daredevil, muito menos um Capitão América. Ela não é uma heroína, nem busca isso. Ela nem ao menos inspira as pessoas a alguma coisa e talvez isso esteja deixando o público um pouco ressabiado com a sua postura ou até mesmo não estejam conseguindo se conectar com si e os seus propósitos. Não usar um traje e não se denominar Justiceira não lhe diminuí, pelo contrário, lhe coloca num novo e único patamar, onde ela não tem mais medo de ser o que é, seja uma super dotada, seja apenas uma detetive na merda. O episódio, por fim, também deixa em aberto algumas importantes perguntas para o futuro de Jessica: Quem ela foi a seis meses lhe transformou em quem ela é agora, então quem ela se transformará após essa nova experiência com Kilgrave?

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