Destaques

Primeiras Impressões | Dominion (2014)

Por Bárbara Sobral •
segunda-feira, 30 de junho de 2014


Dominion se passa 25 anos depois dos eventos mostrados no filme 'Legião' (2010), em um futuro pós-apocalíptico, no qual um exército de anjos de hierarquias mais baixas, reunidos pelo arcanjo Gabriel, travaram uma guerra de poder contra a humanidade. O arcanjo Miguel, volta-se contra a sua própria espécie, escolhendo ficar do lado dos humanos e contra Gabriel. Erguendo-se das cinzas pós uma guerra de 25 anos, cidades recentemente fortificadas protegem os humanos sobreviventes.

-- Sinopse do Banco de Séries

Não vou negar que tenho uma queda por séries com essa pegada pós apocalíptica, envolvendo, então, anjos e demônios é uma certeza de me conquistar cegamente. Quando fiquei sabendo que haveria uma série baseada no filme 'Legião' com Paul Bettany não poderia ter ficado mais animada, além do mais, adorei o filme (e recomendo!) - e até hoje não entendo porquê desvalorizaram tanto a produção que foi sim, bem feita, planejada e desenvolvida, mas como estou falando da série, foco em DominionEu serei bem sincera: hoje em dia assisto séries esperando ser surpreendida. 
O que não aconteceu em 'Dominion'.

O episódio piloto foi bom, mas foi só isso.
Uma boa distração de sábado a tarde para quem não tinha nada melhor para fazer. 
O episódio piloto tem duração de 90 minutos - Aja paciência! O que acho que prejudicou muito no fluir da história - mas teve uma intenção boa com isso, pois o desejo era contar 25 anos de história em 90 minutos (homenagem ao JK). Todos os principais pontos da mitologia do mundo pós apocalíptico de Dominion é contada em detalhes, bem explicadinho e sem incompreensões, o que é um ponto positivo a narrativa que já te dá logo de cara todas as informações essenciais para a trama. Ninguém pode reclamar quanto a isso. 

A história é bem desenvolvida, explicada, todos os principais pontos expostos, temos altos e baixos no andar da história, alguns momentos achei lento, teve poucos momentos de ação, muitos detalhes e informações, mas para um episódio piloto até que foi aceitável, entretanto conhecemos os principais personagens, suas motivações, quem eles são nesse universo e quem poderão ser. Para um episódio piloto acho que o público não tem o que reclamar, tivemos de tudo um pouco: romance, drama, ação, (pouca) comédia e suspense. Não é uma série de terror, nem muito menos uma série de suspense, fica ali, no meio termo. Ainda é muito cedo para pensar num futuro da série, mas eu torço que consiga pelo menos ter uma segunda temporada, pois conteúdo a série tem - e muito, só basta saber administrar.

Sobre os personagens conhecemos todos, pelo menos os principais, no episódio piloto. O protagonista é Alex, o Escolhido, é um soldado de uma repartição chamada de V1. Como todo protagonista tem aquele ar de rebelde sem causa e herói natural que só está em busca de sua missão no mundo. Não gostei, nem desgostei dele, mas acredito que ele tem potencial como protagonista. Confesso que gostei da interação dele com a personagem Bixby, garotinha de olhos grandes azuis assustados que é uma figura fraternal a Alex, tão fofinha, esperta, frágil e delicada, impossível não se afeiçoar por ela e pela sua amizade com Alex, ambos que convivem na mesma repartição.Sobre as repartições existe algo semelhante com Jogos Vorazes e A Seleção como esses grupos só podem viver em determinadas áreas, bem humildes, com uma quantidade escassa de comida e só podem se casar com os de sua laia. Para conseguir subir na vida, o individuo precisa tentar ser um soldado, mas para conseguir isso, é necessário treinamento, e nem todos conseguem.

Uma personagem que deveria ter o carisma natural de Bixby, mas não consegue, é Claire, uma figura angelical que é professora dos menos favorecidos, pertencendo a classe mais alta da sociedade da época, ela é o outro lado de Alex. Achei a atriz, de todos, bem fraquinha para a importância e força do seu papel, pelo menos, para o que seu papel aparenta ser. Ela e Christopher Egan (Alex) não tiveram aquela química fulminante esperada entre casais protagonistas, e confesso, ter achado a personagem bem insossa também. Talvez, isso mude e ela acabe ganhando força com o caminhar da série, mas duvido disso. Vamos falar sobre coisa boa? Vamos falar de Miguel. Eu estava ansiosa para ver quem seria o meu arcanjo guerreiro e não me decepcionei nesse primeiro momento com o trabalho de Tom Wisdom (300). Gostei muito de sua seriedade, profundidade e presença. Foi uma escolha interessante para tal personagem e tenho expectativas quanto ao seu crescimento na história. Vimos pouco de Gabriel, por isso não irei comentar sobre, ainda mais porque, ele não me marcou nesse primeiro momento. William, o menino dos olhos, já mostrou não ser bem o príncipe encantado que Claire, sua amiga de infância, acredita que ele seja, vejo que ele será aquele personagem que vai sambar na face da sociedade sempre que lhe derem a oportunidade e por isso logo fui com a cara do sujeito que não apenas faz parte das grandes tramas de traições como está tentando se manter no topo da política de Vega (Sim, Las Vegas), e é claro, é o noivo de Claire, sendo assim o outro lado da moeda entre o casal Alex e Claire. O final do episódio também revela algo importante sobre o personagem, por isso, olhos atentos e tente não enfartar! Tivemos a breve participação de Jeep, personagem oriundo do filme, que envelheceu, ficou barbudo e abandonado na vida sem Paul Bettany. Ele aparece no episódio brevemente apenas para explicar que estava atrás de Gabriel, se fingindo de morto e que era o momento de revelar ao povo quem era O Escolhido, seu filho abandonado por ele, Alex. (Spoilers!)
Tivemos poucos momentos de cena entre eles, mas podemos ver que ambos tiveram uma relação bem danificada e com o final reservado a Jeep sendo o mais injusto possível ao personagem, apenas podemos esperar amargura e arrependimento do pobre escolhido Alex. 

O roteiro foi bem construído, tudo se encaixa muito bem no desenrolar do episódio piloto, como num quebra cabeça desde suas tramas principais, explicações, mitologias - ressalva a toda metáfora envolvendo a política pós apocalíptica ser semelhante a romana. Foco no Jubileu que é bem semelhante aos eventos de lutas de gladiadores dados para acalmar os ânimos do povo - e personagens. Focando nos detalhes adorei a imagem de crença ser duas mãos segurando um bebê (O Escolhido) e o modo deles rezarem ser com as mãos abertas - e não fechadas. Achei interessante também a divisão das sociedades, as reuniões do conselho, as vestimentas muito semelhantes as romanas, as roupas de batalhas dos anjos de outra casta, própria de Guerra, a explicação quanto ao porquê os anjos possuírem os humanos - uma boa diferenciação com a mitologia dos demônios -, a falta de importância nos gêneros, pois os soldados, sendo mulheres e homens, tomam banho juntos e não há pudor quanto à isso e é claro, os anjos também amam ou só eu notei isso? Na realidade, o episódio piloto meio que samba na sua face te apresentando zilhões de possíveis casais - e você fica sem saber quem você shippa com quem. Mesmo que esteja sendo dito o contrário, acho que os atores estão dando conta daquilo que é pedido a eles.

Os efeitos especiais estão aceitáveis para tal produção, detalhe especial as asas, achei belíssimas - e bem criativas nas cenas de luta. As cenas de lutas também, nesse primeiro momento, estão bem coreografadas e interessantes de assistir na telinha. Como disse, não construí expectativas quanto a série, mas quando terminei fiquei com um pé atrás com a seguinte questão: Devo assistir o segundo episódio ou devo simplesmente dar chance a outra série? Gostei do episódio piloto, mas ela deixa um gostinho de que poderia ser melhor e não me instiga a querer saber o que vai acontecer. É uma série grande, que pode ter um futuro brilhante, que tem muita história a ser contada e ela deixa isso bem claro a cada trama explorada, mas será que ela merece essa chance da minha parte? Há uma mitologia surpreendente a ser contada, mas será que vale a pena investir numa série que o piloto foi tão morno, como se a série sempre tivesse na grade e não fosse uma estreante? Bom, irei dar uma chance, como disse, o episódio piloto foi bom para o padrão, mesmo que não tenha me envolvido a ponto de querer seguir tal história religiosamente, mas quem sabe, isso mude no próximo episódio.
Recomendo a todos que amam uma boa mitologia, trama pós apocalíptica com temática política, sobrenatural e suspense. 

Dominion é exibida todas as terças feiras na SyFy.





Comentários via Facebook

© Oi, Babi! – Tema desenvolvido com por Iunique - Temas.in